Eu não sei bem em que, exatamente, a mulher moderna obteve ganhos em seus direitos sociais nas últimas décadas. A queima de sutiãs em praça pública parece-me só ter contribuído ainda mais para que ela seja violentamente, oprimida e explorada todos os dias, principalmente, no Brasil.
Se antes, a mulher era oprimida no lar por conceitos e tradições extremamente machistas e, na sociedade, ela era impedida de exercer sua cidadania básica, como o direito ao voto, hoje ela parece ser apenas uma “peça” da sinistra engrenagem capitalista que existe para privilegiar apenas uns poucos poderosos.
Impulsionada pela “obrigação” de contribuir com as despesas do lar, a grande maioria das mulheres de hoje, diariamente, vive uma rotina estressante de trabalho. Muitas são mal remuneradas e trabalham em até três turnos: manhã, tarde e, a noite em casa; quando já cansadas, são ainda obrigadas a cuidar do lar, dos filhos e até do marido.
Em minha Fanpage www.facebook.com/edvaldoranzani (conheça e curta) já escrevi algo sobre esse descaso da sociedade em relação às mulheres. Sem ganhar o suficiente para, por exemplo, contratar uma diarista para fazer uma faxina, ainda que seja uma vez por mês, nossas mulheres lotam o transporte público todos os dias, indo e vindo de seus trabalhos. Em seus rostos e em seus olhares, ao fim da tarde, nitidamente vemos traduzida a dor e a angustia de quem busca, sem sucesso, dignidade e reconhecimento.
O pior é que ainda existem políticos que defendem essa situação de baixa remuneração e, de braços cruzados, mandato após mandato, nada fazem na prática para mudar questões que ainda continuam prejudicando as mulheres.
Para não parecer apenas crítico, deixo uma sugestão viável. Deveríamos todos juntos (mulheres e homens) buscar a diminuição da taxa de impostos que incide sobre produtos que são exclusivamente de uso feminino.
Usando o exemplo do que inúmeras vezes foi feito pelo próprio governo, para socorrer empresas multinacionais (montadoras de veículos por exemplo), a diminuição desses impostos na prática poderia gerar mensalmente uma economia financeira capaz de viabilizar, quem sabe, um dia de descanso para nossas mulheres. Para essa mulher, tão “sofridamente” brasileira.
Escrito e publicado em 12/09/2018